segunda-feira, 26 de maio de 2014

Os amigos nunca são para as ocasiões...

Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre. A ideia utilitária da amizade, como entreajuda, pronto-socorro mútuo, troca de favores, depósito de confiança, sociedade de desabafos, mete nojo. A amizade é puro prazer. Não se pode contaminar com favores e ajudas, leia-se dívidas. Pede-se, dá-se, recebe-se, esquece-se e não se fala mais nisso.
A decadência da amizade entre nós deve-se à instrumentalização que tem vindo a sofrer. Transformou-se numa espécie de maçonaria, uma central de cunhas, palavrinhas, cumplicidades e compadrios. É por isso que as amizades se fazem e desfazem como se fossem laços políticos ou comerciais. Se alguém «falta» ou «não corresponde», se não cumpre as obrigações contratuais, é logo condenado como «mau» amigo e sumariamente proscrito. Está tudo doido. Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre.
Os amigos têm de ser inúteis. Isto é, bastarem só por existir e, maravilhosamente, sobrarem-nos na alma só por quem e como são. O porquê, o onde e o quando não interessam. A amizade não tem ponto de partida, nem percurso, nem objectivo. É impossível lembrarmo-nos de como é que nos tornámos amigos de alguém ou pensarmos no futuro que vamos ter. 
A glória da amizade é ser apenas presente. É por isso que dura para sempre; porque não contém expectativas nem planos nem ansiedade. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Explicações de Português'



Transcrevi este texto do Miguel Esteves Cardoso, porque achei simplesmente fantástico e com poucas palavras descreveu o que é a verdadeira amizade; o quão importante são os amigos...


terça-feira, 13 de maio de 2014

Vem ao meu auxílio

Se me tocasses agora à campainha, ficar-te-ia eternamente agradecida. Pedia para alguém abrir-te a porta. A minha dor? Terminava. O meu sofrimento? Tinha um fim. A minha angustia? Abatia-se. Iria para o teu lado e acredito que aí seria feliz. Não seria necessário sorrir por sorrir, brincar por brincar... Sorriso forçado é o que tenho feito ao longo destes últimos dias. Vem ao meu auxílio e leva-me para junto de Ti, MEU DEUS! Estou farta de sofrer... Estou a perder as forças e sinto que estou a remar contra a maré!


sábado, 10 de maio de 2014

Só eu sei...

Só eu sei a minha dor;
Só eu sei o meu sofrimento;
Só eu sei a minha angustia;
Só eu sei a minha mágoa;
Só eu sei o meu descontentamento;
Só eu sei a minha tristeza;
Só eu sei a razão das minhas lágrimas;
Só eu sei...